Nasceu um Novo Ícone
Este vinho é feito com uvas das castas tradicionais da Margem Esquerda do Guadiana – Moreto, Trincadeira, Alfrocheiro e Alicante – provenientes de vinhas de sequeiro de pequenos viticultores. O ano de colheita foi bastante quente, mas as uvas estavam muito equilibradas e em óptimas condições sanitárias, originando um vinho aromático, sápido e com grande carácter. Pode ser guardado na garrafeira durante vários anos.
Nasceu um novo ícone no Alentejo e em Portugal. Um vinho de talha da sub-região granja-amareleja pelas mãos do enólogo José Piteira e pela iniciativa de Aníbal Coutinho. Este vinho pontuou 95 pontos com o mais famoso crítico de vinhos mundial – Robert Parker. Uma pontuação só atribuída a um grupo restrito de vinhos de elite a nível mundial. Fomos tentar saber com o mestre dos vinhos de talha, José Piteira, como se cria um vinho ícone de Portugal.
Robert Parker, o mais famoso crítico de vinhos a nível mundial, atribuiu 95 pontos em 100 ao Astronauta Vinho de talha 2016. Uma pontuação só conseguida por alguns dos melhores vinhos do mundo, a que ele próprio adjetiva de “terrific wines” (vinhos espetaculares).
Os vinhos de talha são por si só vinhos diferentes, vinhos distintos. Numa época em que os vinhos mundiais caminham para a standardização, numa lógica de vinhos fáceis e redondos. Os vinhos de talha são “vinhos à moda antiga, com maceração prolongada de 2 a 3 meses, pelo que o vinho vai buscar tudo às uvas e as uvas são um reflexo do terroir e das castas”. São vinhos mais rústicos, mais sóbrios, onde se sente a terra, com muita boca e muita estrutura. Quando jovens são discretos no nariz, mas com o tempo ganham aromas de cera, âmbar e mel nos brancos e compota e fruta muito madura nos tintos. A região da granja-amareleja é quente e seca, com terrenos difíceis. Só castas resilientes e com forte personalidade se adaptam a este terroir. O moreto, casta portuguesa tinta e rara, adaptou-se como nenhuma outra a esta região, ganhando características muito próprias e distintivas. Faz vinhos de cor rubi intenso e carregado, com grande estrutura e taninos amplamente presentes mas macios e redondos e com um final longo. Da mesma forma, a casta branca Diagalves, que praticamente habita em exclusividade nesta região, é uma casta que se adaptou perfeitamente às condições da região. É uma casta que trás uma frescura ao vinho, que combinada na perfeição com a casta roupeiro, mais melosa e com aromas de fruta branca madura, na criação de vinhos de talha brancos de superior qualidade. Os vinhos de talha de José Piteira têm uma assinatura comum e clara. São “vinhos de talha mais clássicos… mais simplista… mais fiéis ao que se fazia antigamente…mais perto da base do vinho de talha”. E é esta simplicidade e esta pureza que José Piteira acredita estar na base desta pontuação tão elevada alcançada pelo seu vinho de talha. Uma pontuação que só uma restrita elite de vinhos mundiais consegue alcançar. Este vinho, é assim, o reflexo da qualidade extraordinária da casta moreto da região da granja-amareleja, no Alentejo.
95 pontos Robert Parker. Uma pontuação só atribuída a um grupo restrito de vinhos de elite a nível mundial.
É este amor à preservação da tradição ancestral na criação de vinhos de talha, na simplicidade da sua conceção, sem deixar entrar grande tecnologia e mantendo uma baixa pegada ecológica, que está na base da criação da gama dos vinhos de talha do enólogo José Piteira. Vinhos de grande simplicidade que procuram a pureza do terroir e da fruta e se mostram com muita boca e muita estrutura.